De vez em quando, vejo um telefone que pode ser interessante em uma placa pela cidade. Um delivery de uma comida que gosto, um apartamento pra alugar. Na pressa, jogo o número no celular com títulos sem sentido. E um dia, com nada para fazer, estava deletando esse números, aproveitando para apagar da agenda também pessoas que eu não converso mais e passei pelo seu telefone. Tive dúvidas. Jamais ia ceder à vontade de ligar, mas não sei se seria o caso de apagar. Na verdade, aposto que você já mudou de número, de aparelho, de cidade, de país. Mas gosto de deixar aquela sequência numérica salva ali. Só minha terapeuta pode explicar. Mas suspeito que é uma vontade de que, quando você ligar um dia, eu veja quem é antes de atender e, talvez, não atenda. É dessas situações assim, das que você só sabe como vai agir quando a ação realmente acontecer. Consigo imaginar meus 3 segundos de puro pânico olhando para o celular tocando e seu nome aparecendo ali e eu petrificado. Meu aparelho toca "Rebel, Rewbel", do Bowie, você sabia? Pois é. Ficaríamos eu e Bowie ali. Eu sem saber se interrompia a música e ele, sem saber do drama todo, tocando alegremente.
22 de julho de 2011
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