17 de setembro de 2010

Não-pertencimento

Talvez uma das piores sensações seja a de não-pertencimento. É com isso que Sofia Coppola trabalha tão bem em “Maria Antonieta” e “Encontros e Desencontros”, com a sensação de não pertencer ao homem que é casada, não pertencer a sua família, não pertencer ao seu corpo, não pertencer ao seu grupo de amigos, não pertencer ao lugar onde vive.

E é bem capaz de você já ter entrado em contato algum grupo de pessoas que te fez pensar “eu quero estar aqui” e também com um que te fez pensar “eu nunca estarei aqui”. Talvez um mesmo grupo tenha despertado as duas coisas em você.

Seja quando você se achava um perdedor na 6ª série, seja quando você percebeu que todos os seus amigos são milionários, seja quando você percebeu que preferia ouvir uma música diferente das pessoas ao redor. Durante a vida, eu acho que a gente passa por fases – se é que existem fases – e acabamos de cara com uma série de grupos e conglomerados sociais dos quais nunca conseguiremos pertencer.

Eu sempre me fantasiei uma pessoa que não tem dessas coisas – mas elas nunca estiveram tão claras para mim como agora. Eu me peguei pensando essa semana que, definitivamente, eu não pertenço e provavelmente nunca pertencerei a um grupo que eu admiro – que às vezes eu acho idiota, mas admiro. Eu simplesmente não acompanho. Talvez eu até gostaria de acompanhar, mas não rola. Não é algo que depende apenas de mim, e quando o controle está fora de nossas mãos é isso que acontece...

I'm not religious

11 de setembro de 2010

Quando serei

O problema é que eu pouso minha felicidade no futuro. Sempre me vejo fazendo planos de felicidade no futuro. Deposito sempre em algo que não aconteceu; digo "quando eu fizer tal coisa, serei feliz", "quando comprar tal coisa, serei feliz", "quando sentir tal coisa, serei feliz". E se tenho algum medo nessa vida, é a de estar no meu leito de morte pensando em como, ao fazer isso, perdi o momento presente e deixei de viver achando que, logo logo, minha vida começaria.

3 de setembro de 2010

Você ainda está bravo?

Você ainda está bravo por eu ter lhe chutado para fora da cama? Você ainda está bravo por eu ter lhe dado ultimatos? Você ainda está bravo por eu ter lhe comparado a todos os meus amigos homens de quarenta anos? Você ainda está bravo por eu ter tentado moldá-lo como eu gostaria que você fosse? Você ainda está bravo por eu ter tentado moldá-lo como eu gostaria que você fosse? Você ainda está bravo por eu ter compartilhado nossos problemas? Você ainda está bravo por eu ter tido um caso emocional? Você ainda está bravo por eu ter flertado de forma selvagem? Você ainda está bravo porque eu ter tentado te criar? Você ainda está bravo por eu ter estado em dúvida? Você ainda está bravo porque dormimos juntos mesmo após termos terminado? Você ainda está bravo por eu estar de calça a maior parte do tempo? Você ainda está bravo por eu parecer focar somente no seu potencial? Você ainda está bravo por eu ter jogado a toalha? Você ainda está bravo por eu ter desistido bem antes de você? É claro que você está, é claro que você está.

1 de setembro de 2010

Once upon a time

They couldn't take my loneliness
I couldn't take their phoniness
My mother had to go to work
I used to think she was a jerk
I didn't know her heart was broken
And not another word was spoken
And she became a shadow of
The mother I was dreaming of
I made a vow that I would never need another person
Ever turn my heart into a cage
A victim of a kind of rage