24 de fevereiro de 2009

Menos é mais

Te conheço há 21 anos e não sei quem você é. Imaginei que você pudesse ficar muito revoltado e querer me bater. Depois pensei que talvez você fosse compreensivo e agisse como se nada fosse diferente (pois, de certa forma, não é mesmo). É que poucas coisas são mais chatas do que cantar a mesma música sempre da mesma maneira. E, apesar da consciência de que não é isso que está acontecendo, fica a questão. Essa maldita pausa. Não foi nada bom aquele dia. Você precisava ver. Ela chorava como se não houvesse amanhã! As lágrimas vinham de todos os lados dos olhos dela e, quando eu não agüentava mais, fui abraçá-la e ela recuou. Ela fugiu do meu abraço. Não sei se com medo ou nojo, mas ali eu vi que meu lugar não era mais com ela. Eu a amo e sei que ela me ama, mas hoje, apesar da convivência, ela está longe de aceitar isso. E é por isso que eu me permito estar nesse purgatório. O limbo é curiosamente doloroso se a reta final for o paraíso. Eu quero calma nessa jornada. Eu quero mais silêncio que música. Eu quero mais poesia que diálogo. Eu quero mais palco que fãs. Eu quero mais eu que você.

9 de fevereiro de 2009

Minha fita

A vida pode dar uma volta muita rápida. Isso me faz pensar como planejar pode ser algo inútil. Num piscar de olhos, você está sentindo outras coisas, com outras pessoas, cantando outras músicas. Esse foi um gesto tão bonito, mas se não posso ser completamente honesto sobre ele, ele perde o valor. Ou eu perco? Nâo interessa. O que importa é o próximo passo. Porque qualquer pessoa que tem sonhos sabe que toda longa caminhada começa com o primeiro passo, como dizia.. como dizia quem? Acho que Clarice Lispector disse isso. Uma autora tão injustiçada. E isso não é um elogio. Tantos bons romances resumidos a frases em comunicadores instantâneos. Que sina! Enfim, não é este o assunto. O negócio é que a gente sabe, lá no fundo, que isso aí não acabou. Os amores e estradas são simbologias para isso que negamos ser uma pausa. Mas sabemos que é. Faz muito tempo que desisti de parar de escrever com você na cabeça. Não é que eu queira você lendo, mas é a idéia do final da pausa, de que ir a diante adianta. De qualquer outra forma, seria errado. Eu sei o que você sabe e só você sabe quem eu sou – e nunca foi e talvez não será o contrário, é importante frisar. E é que eu tenho olheiras, mas não sou sombrio. Tampouco pessimista.