24 de fevereiro de 2008

Boa noite.

No início não há intimidade suficiente e no final há demais. No começo você deseja a pessoa, no final repudia. Começa querendo dormir com ela todo dia, no final inventa desculpas pra não ver. Eu gosto do meio. Quando há sexo ocasional e filmes debaixo de cobertas de sobra. Quando não interessa quem pagou a conta e quando os presentes pequenos ganham significados gigantes.

Olha, eu vou ser direto com você. Não, nunca. Por que o que nós tivemos, e o que você quer ter, é físico. Você só me quer no nível físico. E eu nem estou falando de corpo, língua, chupadas, sexo. É que você não sabe nada sobre mim. Eu sei que você pensa que sabe, mas não sabe. E a culpa é minha pois tudo o que você conhece é o que eu te permito conhecer: esse rosto, minhas caretas, minhas palavras, casos e piadas. Você não sabe minha cor favorita, minhas alergias, onde eu sinto cócegas, meu nome do meio, meu número de celular de cor, o que eu como no café da manhã. Você não sabe quantas pessoas amei, quantas vezes morri.

Então, é sério, isso é pro seu bem. Pára com essa bobagem de dizer que me quer perto de você pra sempre. Bobagem. Você não quer, pode admitir. Eu não levarei pro lado pessoal. Juro. Boa noite.