29 de janeiro de 2009

Caos interno



Desde pequeno existe essa coisa em mim. Do que está e do que não está em seu lugar. Quando a vida está calma, há caos. Quando está tudo um caos, está tudo organizado.

Quando eu estava feliz, meu quarto estava uma bagunça. Depois de muitos gritos da minha mãe e, eventualmente, de uma ameaça de apanhar, eu ia arrumar o lugar. Mas eu pegava as coisas do chão, da cômoda e da cama e apenas chutava para baixo de algum outro móvel. Estranho, não? E quando está tudo péssimo, sem ninguém para amar nem horizontes para olhar, o quarto está impecável, com tudo em ordem alfabética e/ou de tamanho.

Hoje eu percebi que há um meio termo. Melhor eu sair daqui e passar o final de semana longe.

24 de janeiro de 2009

Rock'n'Roll

Que necessidade é essa sua de desmerecer o valor de tudo a sua volta? Para quê insistir nas idéias erradas, nas escolhas erradas, nas maneiras erradas? Você ri de mim porque eu mudei e eu fico rindo enquanto você fecha os olhos e fica em pé ouvindo os outros cantarem sobre coisas que você não acredita ou pratica. Simplesmente acho uma enorme perda de tempo fingir ser quem você não é. Não existe a maneira certa de fazer a coisa errada. E não adianta enfeitar suas alfinetadas com elogios pois, no final, suas palavras recentes não são uma coisa nem outra. Tampouco são, na verdade, sobre mim. Você só fala sobre você, então é melhor eu te dar espaço. Muito espaço. Assim o ambiente vai ter eco e você será feliz.

19 de janeiro de 2009

Aguarde

É tão complicada essa coisa de recomeçar. Sim, digo isso pois é assim que me sinto. Engraçado. Ninguém me atrai, mas todos têm algo. Todo mundo é interessante, mas ninguém está interessado. Difícil achar pessoas que coloquem borboletas na barriga e mantenham os olhos na estrada. Quem parece especial tem alguém especial do lado ou não vê nada de especial em mim. Mas não era recomeçar a palavra que queria usar, me expressei mal. Eu quero começar algo novo. Totalmente novo. Acontece que eu decidi sair do limbo e, por mais que isso possa ser desafiador, ninguém vai me chamar de pessimista agora.

11 de janeiro de 2009

Distância razoável

Em “Closer”, quando Dan insiste para que Alice admita ter transado com Larry, ele argumenta: “Eu estou apaixonado por você. Você está salva”. Mas será mesmo? Como o mesmo filme conta, o sexo é muito importante e o amor nunca é o suficiente. E isso me deprime um pouco. (...)

Eu sou muito novo, praticamente nenhuma decisão minha agora é vitalícia. Mas talvez seja a hora de pelo menos enxergar as coisas assim. Só investir no que realmente parecer valer a pena. E é aí que repousa meu mais novo dilema. Pois eu não quero mentir, mas não posso dizer a verdade. Talvez o único tipo de amor que dura seja o não correspondido.

4 de janeiro de 2009

3 de janeiro de 2009

Sem motivos para o tédio

Uns dias eu quero e outros eu não. Uns dias eu sinto e nos outros eu não. Chega dessas viagens curtas. E de onde vem essas tremidas quando algum amigo pergunta por ele? Achei que ia sofrer para sempre, mas não tenho tempo para isso. Não consigo ser nada o tempo todo. Nem feliz, quiçá triste. Felicidade é uma ilusão. Eu não acredito nisso, ela vai e volta. O que pode ser eterno, o que pode ser pleno, é apenas a paz. Chega de vê-lo parado enquanto eu ando pra lá e pra cá. Chega de dizer adeus pela última vez de novo.

1 de janeiro de 2009

Bom para

Sentado vendo o nascer do sol. São seis da manhã pelo horário de verão e os passarinhos já cantam incansavelmente. Passagens de ano são festas consideravelmente mais superficiais do que deveriam ser. Talvez eu também seja mais superficial do que devia. Mas o fato é que o ano que passou foi repleto de dança e sorrisos. Houve também choros e decepções recorrentes, mas me vejo cercado dos melhores amigos do mundo toda vez que uma recaída faz menção de chegar. É estranha essa vida. Causa olheiras e deixa marcas. Quanto mais vivo, mais planos faço. E o problema do futuro é que ele vira sempre presente e te dá tapas na cara. Mas ninguém vai me chamar de pessimista agora.