27 de julho de 2009

É sobre o que já existe também

Depois de uma semana doente, me ocorreu um pensamento. No dia que você tem dor de dente, de barriga, de cabeça, sua vida não parecia duzentas vezes melhor no dia anterior? Por que você não achava que sua vida estava ótima ontem?

Todo mundo sabe – mesmo que nunca tenha parado para pensar no assunto – que uma coisa que liga todos os seres humanos é o desejo. Desejos de ter e ser e estar. E o problema é controlá-los. Quando você está mal, deseja estar bem. Mas quando está bem, precisa continuar desejando estar bem. Se não você volta a ficar ruim.

E é sobre isso a vida, eu acho. Muito é sobre traçar objetivos e planejar conquistas. Mas muito mais é sobre valorizar as coisas boas que você já tem. Afinal, como você vai saber se outra coisa é mesmo melhor se não tiver vivido algo diferente antes? Se você não consegue achar um meio de ser feliz com o que tem, talvez ter mais não seja suficiente.

12 de julho de 2009

Não há lugar como nossa casa

Com o passar do tempo, abrir uma empresa se tornou algo fácil. Atualmente, basta ter um computador e pode ser o da sua casa. O que isso quer dizer? Estruturalmente, ela não tem uma base física. E isso traz inúmeros benefícios, como diminuição de custos e a facilidade e rapidez com que os cacos serão recolhidos caso ela não dê certo. Em poucos dias tudo está pronto para começar algo novo.

O mesmo tem acontecido com o amor e os relacionamentos. Ninguém quer nada profundo hoje em dia. Afinal, em caso de falência, haverá desemprego e será muito triste derrubar o prédio da sede. Talvez seja uma tendência. Ao invés de termos casamentos duradouros e namoros cheios de cumplicidade, temos casos curtos que não levamos mais do que uma ducha para esquecer. Temos amizades segmentadas e uma lista de tópicos apropriados para cada pessoa do trabalho e de casa. Não somos nós mesmos hora nenhuma.

É muito fácil isso. Não se envolver é sinônimo de não se machucar, não se entregar e também é uma segurança de que você não está sendo passado pra trás por ninguém. Entretanto, quem tem todos não tem ninguém e nunca houve tantos casos de estresse, depressão e distúrbios alimentares no mundo. Como foi que chegamos nisso?

As vezes você não sabe que ultrapassou uma linha até que você já esteja do outro lado. A boa notícia? Faça as malas. É possível voltar.