A coroa não é minha e eu não quero devolvê-la. O tribunal chamou de “paixão”. Uma por uma, as condições mudam. Quando acabarão os dias de batalhas compartilhadas e de omissões diante do inferno sexy? Uma doce companhia, uma constante companhia, eu renuncio meu nome: torturador profissional.
25 de janeiro de 2011
23 de janeiro de 2011
22 de janeiro de 2011
O amante
Além do acasalamento, há este outro abraço, que é um enlaçamento imóvel: estamos encantados, enfeitiçados: estamos no sono, sem dormir; estamos na volúpia infantil do adormecer: é o momento das histórias contadas, o momento da voz, que vem me hipnotizar, me siderar, é o retorno à mãe.
Contudo, durante esse abraço infantil, o genital acaba irremediavelmente por surgir; ele corta a sensualidade difusa do abraço incestuoso; a lógica do desejo põe-se em marcha, o querer-possuir retorna, o adulto se justapõe à criança. Sou então dois sujeitos ao mesmo tempo: quero a maternidade e a genitalidade.
O amante poderia ser assim definido: uma criança de pau duro.
– Barthes
Contudo, durante esse abraço infantil, o genital acaba irremediavelmente por surgir; ele corta a sensualidade difusa do abraço incestuoso; a lógica do desejo põe-se em marcha, o querer-possuir retorna, o adulto se justapõe à criança. Sou então dois sujeitos ao mesmo tempo: quero a maternidade e a genitalidade.
O amante poderia ser assim definido: uma criança de pau duro.
– Barthes
21 de janeiro de 2011
Deixe isso pra depois
Readers Digest
Guy Lombardo
Rogers Peet
Golf!
Galoshes
Ovaltine!
Pot roast
Headache
A baby
Two
Six
Nine!
STOP!
Guy Lombardo
Rogers Peet
Golf!
Galoshes
Ovaltine!
Pot roast
Headache
A baby
Two
Six
Nine!
STOP!
12 de janeiro de 2011
I yelled back
For a while while I’m speaking, you know how much I hate to be interrupted, maybe spend some time alone. Fill up your proverbial cup so that it doesn't always have to be about you. I've been wanting your undivided attention, I like the fact that you're nothing like me. Unfortunately, you needed a health scare to reprioritize.
"Raise the roof", he yelled. "Yeah, raise the roof!", I yelled back
"Raise the roof", he yelled. "Yeah, raise the roof!", I yelled back
3 de janeiro de 2011
O que explodiu e expirou
Época daquele balanço de final de ano e de ano novo. Odeio isso. É meio que inevitável e me deprime, pois sou pessimista e, olhando pra trás – ou pra frente ou pro lado – só vejo merda.Muita coisa explodiu e muita coisa expirou, e a conclusão é que não soube lidar e planejar bem com nada do que me foi retirado ou caiu no colo.
Ano passado fiz coisas que sonhava, como sair de casa, mas aí dei de cara com muitos conflitos também. Com amigos, comigo mesmo, com meu emprego. Reavaliei e chutei e fiz emendas e moratórias em muitas coisas, ações e pessoas. Me desviei de conceitos e valores que prometi manter comigo pois me faziam bem. Comecei a beber bem mais e fumei um pouco.
Me sinto muito amargo hoje em dia. Cheguei bem perto de mim mesmo e não sei se consigo fingir não ser assim. Quero dizer, sempre tive uma certa habilidade para disfarçar que tinha antipatia de alguém, por exemplo. Afinal, às vezes a pessoa nem tem culpa, nem faz nada de propósito. É isso que não estou conseguindo mais. Minha falta de ânimo nas relações com as pessoas é notável e indiscutível. Quero me isolar e não sou ninguém grande o suficiente para me isolar e conseguir, ao mesmo tempo, me manter são – no sentido “vivo” da palavra, no sentido “tendo dinheiro para pagar o aluguel”. Foram muitos projetos engavetados novamente e adiados novamente – intocados no ano que passou. Muita dúvida, muita mágoa, muitos fantasmas.
Talvez tenha sido menor do que pareceu, mas é que eu sofro calado. Calado demais. Eis outro problema. Acho tão chato ouvir o problema dos outros que acho que, ao compartilhar os meus, também estou chateado todos ao redor. E vou engolindo as coisas e devolvendo ao mundo da maneira errada. Dúvidas, traições e desculpas esfarrapas para mim mesmo. E me acho sensível demais a certas palavras e quero que vejam isso como traço da minha personalidade, e não exclusivamente da minha orientação. Sofro calado pois não suporto a ideia de pedir ajuda às vezes. Nos outros não, mas em mim vejo como sinal de fraqueza e incompetência.
Me sinto esvaziado, expirado. Não consigo sentir o cheiro das mudanças. Só sinto cheiro de mofo e de porra seca. Eu não sinto mais a urgência de dizer o que eu sinto, eu quero ficar calado e eu quero que leiam meus pensamentos.
Ano passado fiz coisas que sonhava, como sair de casa, mas aí dei de cara com muitos conflitos também. Com amigos, comigo mesmo, com meu emprego. Reavaliei e chutei e fiz emendas e moratórias em muitas coisas, ações e pessoas. Me desviei de conceitos e valores que prometi manter comigo pois me faziam bem. Comecei a beber bem mais e fumei um pouco.
Me sinto muito amargo hoje em dia. Cheguei bem perto de mim mesmo e não sei se consigo fingir não ser assim. Quero dizer, sempre tive uma certa habilidade para disfarçar que tinha antipatia de alguém, por exemplo. Afinal, às vezes a pessoa nem tem culpa, nem faz nada de propósito. É isso que não estou conseguindo mais. Minha falta de ânimo nas relações com as pessoas é notável e indiscutível. Quero me isolar e não sou ninguém grande o suficiente para me isolar e conseguir, ao mesmo tempo, me manter são – no sentido “vivo” da palavra, no sentido “tendo dinheiro para pagar o aluguel”. Foram muitos projetos engavetados novamente e adiados novamente – intocados no ano que passou. Muita dúvida, muita mágoa, muitos fantasmas.
Talvez tenha sido menor do que pareceu, mas é que eu sofro calado. Calado demais. Eis outro problema. Acho tão chato ouvir o problema dos outros que acho que, ao compartilhar os meus, também estou chateado todos ao redor. E vou engolindo as coisas e devolvendo ao mundo da maneira errada. Dúvidas, traições e desculpas esfarrapas para mim mesmo. E me acho sensível demais a certas palavras e quero que vejam isso como traço da minha personalidade, e não exclusivamente da minha orientação. Sofro calado pois não suporto a ideia de pedir ajuda às vezes. Nos outros não, mas em mim vejo como sinal de fraqueza e incompetência.
Me sinto esvaziado, expirado. Não consigo sentir o cheiro das mudanças. Só sinto cheiro de mofo e de porra seca. Eu não sinto mais a urgência de dizer o que eu sinto, eu quero ficar calado e eu quero que leiam meus pensamentos.
1 de janeiro de 2011
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