27 de julho de 2008

Such a good boy

Não dá pra morrer na praia. Se eu sofri em relacionamentos é bom que eu aprendo para o próximo, para tudo dar certo quando eu achar aquela pessoa especial. Mas e quando você pensa que achou e não achou? Eu sinto como que se ninguém tivesse nunca se apaixonado por mim. É que eu já me apaixonei, sabe? E não foi uma vez só. E dói bastante pensar sobre isso, na falta de reciprocidade. O que há de errado comigo pra que ninguém realmente me queira? Não pode ser uma coincidência do universo que todas as pessoas com que eu estive, ou tenha tido desejo de estar, tenham me deixado por causa de uma outra pessoa. Há algo aí, pra eu descobrir e melhorar. Mas eu não consigo ver. Eu nunca fui o preferido de ninguém, a única escolha e talvez nem a primeira. É um dilema complicadíssimo que me desanima. Eu não tenho energias pra formular um pensamento linear sobre os fatos. Não consigo internalizar as máximas que me cercam; como “no fim, tudo dá certo” e “assim que você parar de procurar um amor ele aparece”, e aí me sinto impotente dentro da minha própria cabeça. Todo dia eu deito na cama no mesmo horário e cada dia eu demoro um pouquinho mais pra dormir. Uns dias é porque estou dolorosamente segurando um choro. Outros dias é porque não consigo parar de chorar. Acho que ninguém sabe o que eu estou sentindo.

14 de julho de 2008

Exausto

É engraçado, no mínimo. Tenho uma leve dor de garganta por causa das cervejas de ontem e do frio que faz aqui. Tenho 15 panelas dentro do meu armário. Meu DVD de “Jagged Little Pill” é falsificado e eu comprei o original pra outra pessoa.

Pelo menos eu fiz planos. Mesmo que eu não os cumpra, vejo a minha habilidade de traçá-los. Pelo menos eu verbalizei o que queria, o que sentia. Pelo menos eu ri. Pelo menos eu pude ver quem são meus amigos e fiquei extremamente feliz com isso. Pelo menos agora eu tenho o livro da Fernanda Takai. (...) Mas ao invés de suspirar de ansiedade quando via um casal na rua, agora eu me seguro para não gritar. É que eu estou exausto. Exausto de procurar e correr atrás e confiar. Exausto de ver tudo ir pro mesmo lugar que tudo já foi.

12 de julho de 2008

Considere a lâmpada no seu teto

Considere a lâmpada no seu teto. Você liga o interruptor e ela acende. Mas a lâmpada não é a fonte de luz, a verdadeira fonte é um gerador elétrico em um lugar tão distante que você nem vê. E existem regras de quanta luz pode ser emitida e quando e porque. O mesmo é verdade com a Luz do Criador.

Um dos erros comuns que todos nós cometemos é o de confundir pessoas ou coisas com a Luz. Por exemplo, nada parece tão bom quanto se apaixonar. Naturalmente, acabamos associando a pessoa amada a essas sensações de felicidade e assumimos que ela é a fonte delas. Mas não é assim que funciona. Nenhuma pessoa pode suprir os sentimentos de amor que procuramos. É a maneira com que lidamos com a outra pessoa que revela Luz.

E o dia de hoje é sobre isso. Lembrar que, no final das contas, sua relação com as pessoas e lugares tem a ver com sua relação com a Luz de Deus.

Tudo de bom,

Yehuda Berg

7 de julho de 2008

Vasto

Mar de memórias. Infinito. Incompleto.

- Marcos Pimentel

6 de julho de 2008

(Nem) Tudo eu.

Sempre sou eu. Eu começo as conversas, eu provoco os beijos. Eu ligo no dia seguinte. Eu procuro saber e aprendo sobre. Eu pago. Eu presenteio. Eu bolo planos, agendas e faço listas. Eu escrevo cartões. Eu ofereço e peço. Inúmeras vezes tudo acabou pois eu decidi, de uma forma meio antropológica, fazer a seguinte experiência: o que vai acontecer se eu parar de procurar, de ligar, de começar as conversas? E o resultado foi categoricamente igual. Tudo desmoronou. As comprovações empíricas me deixavam com vontade de fazer mais experimentações. Que experimento faço a seguir? O que me parece melhor é esperar o inverso. Achar alguém que me deixe parado. Atender telefonemas, concordar ou não com programas, ler poesias feitas pra mim, receber presentes. Seria perfeito. Seria perfeito? Daí vem outra idéia: fazer isso em uma escala maior. Ao invés de ficar parado agir bem mais do que antes. Mas dá muito trabalho isso. Ai, não só isso. Tudo isso. As três possibilidades são trabalhosissímas. Mas não são as únicas três, certo? Nunca experimentei outra, mas sei que existem. Já li histórias.