Sempre sou eu. Eu começo as conversas, eu provoco os beijos. Eu ligo no dia seguinte. Eu procuro saber e aprendo sobre. Eu pago. Eu presenteio. Eu bolo planos, agendas e faço listas. Eu escrevo cartões. Eu ofereço e peço. Inúmeras vezes tudo acabou pois eu decidi, de uma forma meio antropológica, fazer a seguinte experiência: o que vai acontecer se eu parar de procurar, de ligar, de começar as conversas? E o resultado foi categoricamente igual. Tudo desmoronou. As comprovações empíricas me deixavam com vontade de fazer mais experimentações. Que experimento faço a seguir? O que me parece melhor é esperar o inverso. Achar alguém que me deixe parado. Atender telefonemas, concordar ou não com programas, ler poesias feitas pra mim, receber presentes. Seria perfeito. Seria perfeito? Daí vem outra idéia: fazer isso em uma escala maior. Ao invés de ficar parado agir bem mais do que antes. Mas dá muito trabalho isso. Ai, não só isso. Tudo isso. As três possibilidades são trabalhosissímas. Mas não são as únicas três, certo? Nunca experimentei outra, mas sei que existem. Já li histórias.