29 de abril de 2008

Última

Trate-me como uma maldição, depois diz que sou seu salvador. Esperar pela sua resposta foi como uma tortura, mas achei que poderia crescer acostumado com aquele tipo de inferno.

As vozes pararam de zumbir em sua mente? Diga-me o que elas diziam. Pois é isso que me pergunto quando ecos distantes de outras épocas começam a invadir meu cérebro. Você esconde sua tristeza atrás de seu sorriso e mantém suas angústias perdidas. A noite está tão quieta que você quase pensou que estava a salvo. Você está levando o cachorro pra passear ou é o cachorro que está te levando?

Você sempre me empurrava de volta pro chão. Eu deveria ter ido embora rápido, mas não fui. E toda hora eu voltava e tentava ter mais. Eu brincava na sua fantasia. Agora não há mais intoxicação em minha mente. Agora que tudo acabou, você não vai mentir quando sorri pois vejo atrás de seus olhos. Nem o diabo te reconheceria, mas eu sim.

Você mente pra você mesmo e, por conseqüência, pra todo o mundo. A minha ficha caiu, que todos os santos sejam louvados! Você acha que está andando no parapeito. Mas eu já andei por lá antes e sei que você está seguro dentro do quarto. Você tem demônios, logo ninguém pode te culpar. Mas quem é o senhor e quem é o escravo?