Fernanda Young tem aparecido bastante por aqui e lá vem ela de novo, dizendo algo que me identifiquei: que ela seria totalmente diferente se tivesse outra língua. Eu não consigo me expressar em outras línguas, não tenho a menor capacidade, não tenho talento nem paciência alguma. A maneira que a Língua Portuguesa conduz o meu raciocínio - o meu e o de todo mundo – como que a gente vê os sentimentos, cria relação amorosa, essa coisa que o Português nos dá da saudade, do fado, do drama, da poesia. Talvez eu fosse uma pessoa ainda mais auto destrutiva do que já fui perante concretude de uma outra língua. Eu tenho o raciocínio muito da minha língua. Eu sou fruto da minha estrutura lingüística.